Futurologia da Febraban é precipitada
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Relatórios de bancos sobre a conjuntura macroeconômica do país soam como "coro ensaiado" para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. Em artigo publicado na página da entidade na internet, o sindicalista apresenta dados para sustentar que não há ameaça de volta da inflação, mas acredita que as instituições financeiras tenham interesse na elevação da taxa básica de juros da economia (Selic).
"A taxa Selic é um componente importante no lucro dos bancos. Querem ganhar mais dinheiro de maneira fácil, às custas do desenvolvimento econômico e social do país", sentencia Cordeiro. Ele chama de "profecias" as previsões de alta da inflação, de crescimento econômico e de variação de outros indicadores do país em 2011, apresentadas pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
A maior parte delas, sistematizadas pelo Banco Central no Boletim Focus, publicado semanalmente às segundas-feiras, indica risco de inflação apesar do crescimento econômico mais fraco no próximo ano. "É um coro muito bem ensaiado. Uma pressão organizada e concentrada para que as profecias se autocumpram", critica o sindicalista. Parte da rentabilidade dos bancos é obtida pela aplicação e negociação de títulos da dívida pública, cuja correção oscila tendo a Selic como referência.
O artigo cita a inflação medida em dezembro pelo Índice de Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV/Dieese). A alta no indicador é atribuída a elevação de alguns produtos de origem agrícola que tiveram redução de oferta por fatores climáticos e sazonais.
Fonte: Rede Brasil Atual
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