Com a queda acentuada do desemprego, falta mão de obra e trabalhadores trocam o serviço doméstico para trabalhar no comércio
Glauber Gonçalves, Estadão.com
No embalo da forte demanda interna, que puxa a economia, regiões mais prósperas estão alcançando os níveis de desemprego mais baixos já registrados no País. A taxa de desemprego na região metropolitana de Porto Alegre em outubro caiu para 3,7%, comparável com padrões noruegueses, um dos mais baixos do mundo.
Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo também se destacam pelos índices reduzidos, segundo dados do IBGE.
Os indicadores excepcionais levantam questionamentos sobre a sustentação do desempenho e não escondem que o Brasil precisa avançar muito para se aproximar da realidade de países mais desenvolvidos.
A queda do número de desocupados, embora positiva para o País, traz um problema: a falta de mão de obra disponível no mercado de trabalho.
Em Belo Horizonte e Porto Alegre, já há redução de pessoas ocupadas em trabalhos domésticos, atraídas para outros setores que remuneram melhor ou dão mais status social.
"Quando cai a taxa de desemprego, há menos trabalhadores livres e dispostos a assumirem esses postos", afirma Eduardo Schneider, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese).
"Uma hipótese é que o setor comercial esteja absorvendo muita mão de obra proveniente do serviço doméstico", diz. Tweet
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