quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Caos na educação. Tragédia que não choca.


Nos últimos dias todos temos ficado chocados com os problemas que enfrentam os moradores das cidades do Rio de Janeiro atingidas por chuvas que deixaram centenas de mortos e milhares de desabrigados.

Os fatos agudos, que deixam várias pessoas feridas ou mortas de uma só vez, têm o poder de provocar essa reação.

Entretanto, precisamos despertar também para tragédias crônicas que enfrentamos, tais como na educação, na saúde, etc, que embora não tenham o poder de matar instantaneamente, fazem isso aos poucos.

Às vezes não tiram a vida, literalmente, mas sonegam ao cidadão o direito à dignidade, à cidadania, assegurados constitucionalmente.

Matéria de hoje do Correio da Tarde sobre a Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros, localizada no Bairro Belo Horizonte em Mossoró, mostra o ambiente de horror.

A placa na entrada da escola está prestes a cair e pode machucar alguém.

Segundo a reportagem, dos três banheiros, apenas um funciona. A descarga nos sanitários é feita com balde.

Nas salas de aula faltam cadeiras e ventiladores e já não há janelas. A diretora explica que os ladrões entram e roubam tudo.

Quanto às cadeiras, a diretora explica que, como não são suficientes para todos os alunos, é preciso fazer um revezamento. E o pior é que muitas delas foram quebradas pelos próprios alunos.
 
Segundo a diretora, a Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros não tem secretário, porteiro e faltam professores. "Aqui eu faço de tudo um pouco. Na hora de receber os alunos fico no portão, quando precisa ajudo na secretaria e ainda tenho que dar uma força na cozinha, por que o número de funcionários é pequeno para a nossa demanda. Fechamos o ano de 2010 com 747 alunos matriculados. Sem falar na falta de professores. Somente em 2010 tínhamos um déficit de três professores. Não tenho vergonha de dizer que precisamos de ajuda", clamou a diretora.

Diante desse quadro, ficam perguntas: Porque a sociedade não reage? A quem interessa esse caos no serviço público? Onde estão os políticos que se elegem prometendo melhorias? Onde estão as lideranças comunitárias que não mobilizam a população?

São perguntas que me faço diariamente mas que ainda estão sem resposta.

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