sexta-feira, 12 de novembro de 2010

México busca pistoleiro de 12 anos

Deu no UOL Notícias

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Soldados mexicanos estão à caça de um menino de 12 anos suspeito de ser pistoleiro de um cartel do narcotráfico, disseram autoridades e a imprensa na sexta-feira.
O menino, conhecido como "El Ponchis", estaria atuando a mando do Cartel do Pacífico Sul, no Estado de Morelos, próximo à Cidade do México, segundo o procurador estadual Pedro Luis Benitez.
Em entrevista a uma rádio local, ele disse que "El Ponchis" é apenas um dos vários adolescentes que vêm cometendo crimes a mando de traficantes.
"Esses menores ainda não estão plenamente desenvolvidos, então é fácil influenciá-los, dar-lhes uma arma, fingir que é de plástico, que isso é uma brincadeira", disse Benitez. "Eles são persuadidos a realizarem atos terríveis; não percebem o que estão fazendo."
O procurador não revelou o nome do menor nem deu outros detalhes.
O jornal La Razón disse que o menino recebe 3.000 dólares por homicídio, e estaria sob comando de um traficante pouco conhecido, chefe do Cartel do Pacífico Sul, que está em disputa com as quadrilhas Beltran Leyva e La Familia pelo controle das atividades criminais no sudoeste mexicano.
Benitez disse que nesta semana soldados prenderam dois adolescentes -- inclusive uma grávida -- supostamente ligados ao Cartel do Pacífico Sul.
Crimes cometidos por menores -- de pequenos furtos a homicídios -- dispararam neste ano no México, segundo as autoridades.
Em localidades violentas como Ciudad Juárez e Tijuana, pais se queixam de que crianças de apenas 8 anos dizem que pretendem se tornar traficantes, citando a emoção e a riqueza associadas ao tráfico.
Em algumas cidades sem perspectiva, carentes de modelos positivos, os adolescentes veem que os traficantes vivem com muito dinheiro. Estima-se que o comércio de drogas movimente 40 bilhões de dólares por ano no México.
Mais de 31 mil pessoas já morreram no país desde que o presidente Felipe Calderón tomou posse, no final de 2006, e mobilizou as Forças Armadas para o combate ao narcotráfico.
A violência afeta negativamente o turismo e os investimentos estrangeiros, num momento em que o México vem se recuperando da sua pior recessão nas últimas décadas.
(Reportagem de Anahi Rama e Cyntia Barrera Diaz)

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