segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Distorção: classes A e B são maioria em universidade federal

Folha de S.Paulo de 16/03/2005

A segunda pesquisa sobre o perfil dos universitários das instituições federais mostra que o Brasil ainda não conseguiu acabar com uma de suas maiores distorções no ensino: o domínio das vagas nas universidades públicas pelos filhos das famílias de maior renda. O levantamento revela que 57% dos estudantes das instituições federais pertencem às classes A e B (renda média familiar entre R$ 1.669 e R$ 7.793).

O índice de alunos das universidades federais que pagaram pelo ensino médio (total ou em sua maior parte) também é alto -são 52,9%, conforme a pesquisa divulgada ontem.

O estudo foi feito com 33.958 estudantes matriculados entre 2003 e 2004 em 47 instituições federais. Comparados aos dados da primeira edição (coletados entre 1996 e 97), os resultados mostram que o país evoluiu pouco no combate à exclusão. Na época, alunos das classes A e B somavam 56%.

O perfil socioeconômico e cultural dos estudantes foi realizado pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis, com o apoio da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e do Ministério da Educação.

Segundo a pesquisa, 65% dos alunos são de famílias com renda entre R$ 207 e R$ 1.669 (classes B2, C, D e E) e estariam em situação "vulnerável", necessitando de algum tipo de apoio financeiro até o fim do curso. As classes -C, D e E (renda familiar média de R$ 207 a R$ 927)- tem 43% dos alunos matriculados.

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